GameCube – A tentativa da Nintendo em reconquistar o topo da indústria
O GameCube contia poder gráfico incrível para época, possuía uma biblioteca invejável de jogos exclusivos, seu controle é lembrado até hoje com um dos mais confortáveis já produzidos. Foi durante a era do GameCube que a Big N teve o melhor relacionamento com as third-parties. Conheça agora a história do console que buscou restabelecer a base de jogadores da Nintendo.
Neste momento aconselho você leitor que abstraia sua mente, pois adentraremos na nossa primeira de muitas viagens à fantástica historia dos videogames.
Boa leitura!
“Reconquistar” é a palavra chave
O lançamento do Dreamcast em 1998 (dois anos após o N64) determinou o início de uma nova geração, enquanto isso o PlayStation continuava vendendo como água e, a esta altura, ao menos que você fosse muito fã da Nintendo, era difícil se convencer a comprar um N64. Para piorar, os rumores de que o sucessor do PlayStation estava por vir foram suficientes para estremecer a base de futuros usuários do Dreamcast e preocupou a Nintendo que, com menos de 2 anos de N64, já começava a desenvolver o “Projeto Dolphin”.
O primeiro anúncio, ocorreu durante a E3 de 1999 sem muitos detalhes, foi dito apenas que a empresa estava trabalhando em um novo projeto, e nada mais. Os detalhes técnicos viriam somente na Nintendo Space World 2000, no Japão. O projeto que antes era chamado de Dolphin ganhou forma e nome: o GameCube seria um console pequeno, de formato cúbico e que tinha por objetivo entregar uma poderosa experiência ao usuário por custo inferior a concorrência.
O GameCube contia poder gráfico incrível para época, possuía uma biblioteca invejável de jogos exclusivos, seu controle é lembrado até hoje com um dos mais confortáveis já produzidos. Foi durante a era do GameCube que a Big N teve o melhor relacionamento com as third-parties. Conheça agora a história do console que buscou restabelecer a base de jogadores da Nintendo.
Neste momento aconselho você leitor que abstraia sua mente, pois adentraremos na nossa primeira de muitas viagens à fantástica historia dos videogames.
Esse seria o primeiro sistema Nintendo a utilizar oficialmente uma mídia óptica como meio de armazenamento dos jogos, a empresa adotou um formato proprietário de mídia, o MiniDVD de 1.4 GB, ao invés dos DVDs (mídia mais popular da época). Boatos surgiram que essa decisão, foi a estratégia que Nintendo encontrou para não ter que pagar royalties à Sony, proprietária do formato DVD.
Ficou claro para as third-parties que os esforços da Nintendo estavam concentrados em entregar um hardware que superasse as limitações e dificuldades de se programar para o Nintendo 64. A arquitetura do GameCube era bem desenhada, acessível, descomplicada e amigável. Apesar dessa simplicidade, era capaz de enfrentar a concorrência de frente. Depois de perder as desenvolvedoras e produtoras com o N64, a ordem agora na Nintendo era reconquistá-las.
Ao contrário do que acontecera anteriormente, em que a Nintendo fora acusada de práticas monopolistas contra as third-parties, agora a empresa abertamente pedia ajuda para que desenvolvessem jogos para a nova plataforma. A política nesse momento, era a da boa vizinhança, empresa procurava as desenvolvedoras para sugerir jogos a serem produzidos – inclusive jogos de franquias da própria Nintendo.
Lançamento
Em 14 de setembro de 2001, o GameCube chegou às prateleiras nipônicas, e logo no lançamento o console já ofertava três grandes jogos: Luigi’s Mansion, Wave Race: Blue Storm e Super Monkey Ball, o que garantiu boas vendas já de início. Dois meses depois, com o slogan “Who Are You”, o videogame chegava em solo norte-americano.
As campanhas de marketing eram boas, a empresa havia reconquistado o apoio das third-parties. O futuro era promissor, o abandono dos cartuchos e a adoção do MiniDVD, encorajavam o desenvolvimento de jogos. Se antes as desenvolvedoras tinham que esperar semanas até que os jogos fossem “transplantados” para um cartucho (só a Nintendo poderia fazer esse processo, para garantir a qualidade), com a nova mídia as coisas ficaram mais fáceis. Era necessário apenas a aprovação da Nintendo quanto ao conteúdo do jogo – a produção da mídia poderia ser feita pelas próprias desenvolvedoras, o que agilizava o ciclo de produção.
O controle foi desenhado para se adequar da melhor forma possível as mãos, possuía a função Rumble (vibrar), os tradicionais botões direcionais em forma de cruz (D-pad), bem como duas alavancas analógicas. Botões Start/Pause, e os botões de ação A (verde), B (vermelho), X e Y (prata), gatilhos R e L nas bordas, botão Z (posicionado sobre o R). O controle era vendido nas cores “Indigo”(roxo), “Jet Black” (preto), “Platinum” (prata) e “Spice” (laranja), no Japão ainda existiam os “Indigo/Clear” e “Emerald Blue” (turquesa). Para muitos o controle perfeito para jogar Super Smash Bros.
Assim como em outros consoles da Nintendo, o Game Cube teve uma grande quantidade de acessórios. Merecem destaque:
Memory Card, lançado com versões de 59, 251 e 1019 blocos.
DK Bongos foram originalmente criados para os jogos de música e ritmo, Donkey Konga, Donkey Konga 2 e Donkey Konga 3, desenvolvidos pela Bandai, o jogador tinham que acompanhar as batidas das músicas. O acessório também era compatível com o jogo de plataforma Donkey Kong Jungle Beat e DK Bongo Blast. Os bongos também contavam com um microfone que captava as palmas dos jogadores.
O Game Boy Advance Cable, era um cabo utilizado para conectar o GameCube e o Game Boy Advance (GBA) para trocar informações. O GBA podia ser utilizado como uma tela extra para algum jogo, ou ser usado como controle extra.
Já o Game Boy Player, era um acessório que permite a execução de cartuchos de Game Boy, Game Boy Color, ou Game Boy Advance através de uma televisão. Ele era conectado com entrada “High Speed” (Paralela) de baixo do GameCube e requeria o uso de um disco para se executar o hardware.
Os grandes jogos do cubo
A nova política de relacionamento com as third-parties surtiu efeito, durante esta época surgiram parcerias que duram até hoje. Talvez a principal tenha sido a da Capcom que se mantem firme como uma das principais aliadas da Nintendo na produção de jogos para o 3DS. No GameCube, surgiram títulos exclusivos como Resident Evil Zero, Resident Evil Remake e Resident Evil 4. Outros jogos de terceiros que merecem destaque são: Harvest Moon: A Wonderful Life, Tales of Symphonia, Final Fantasy: Crystal Chronicles e Star Wars Rogue Squadron III: Rebel Strike. A franquia Animal Crossing, foi lançada mundialmente na plataforma (a série nasceu no N64, porém ficou restrita ao Japão).
Afinal, o que deu errado?
A campanha “Who Are You?” utilizada pela Nintendo foi um sucesso e muitas produtoras licenciaram o slogan para utilizar junto às campanhas de marketing dos seus próprios títulos. A ideia de reconquistar antigos jogadores era clara, e é óbvio que as produtoras gostariam de tomar proveito dela.
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