The Last Guardian nos deixou… confusos

Retorno triunfante ou piada velha?

The Last Guardian nos deixou… confusos

Quando subiu ao palco ontem em sua conferência da E3 2015, a Sony tinha um plano bem definido. Confiante na qualidade de muitos de seus títulos, decidiu abrir o show com o game sobre qual todos ouvimos falar, mas que não tínhamos certeza se veríamos ou não. Ao dar o pontapé inicial com The Last Guardian, a Sony mostrou ao público que não iria se esquecer da promessa que fez quando o revelou em 2009. Não importa que, após o trailer, nada tenha ficado muito claro em respeito à trama e à jogabilidade. The Last Guardian está de volta. O problema é que, um dia mais tarde e depois de ver mais à portas fechadas, a única coisa que está se consolidando nessa revelação é que ela pode não ter sido boa o bastante.

A demo que vi foi a mesma de conferência de imprensa, só que muito mais foi mostrado — e o diretor de criação Fumito Ueda estava disponível para jogar. Ele começou explicando que o game é, no fundo, um título de ação/aventura no qual um garotinho é sequestrado. Ao descobrir a criatura Trico, a dupla decide fugir das ruínas em que se encontram. Apesar de nenhum detalhe da narrativa ter sido divulgado, foi revelado que ela terá um papel muito mais importante do que qualquer coisa que vimos em ICO ou Shadow of the Colossus.

A demonstração se iniciou com o garoto trepando em destroços até entrar na câmera em que Trico repousa em sono profundo, enquanto dezenas de borboletas turquesa flutuam preguiçosamente pelo ar. Com o chamado do garoto, ele levanta a cabeça, espreguiça e boceja. Ueda afirma que cães, gatos e pássaros tiveram influência no design de Trico, mas que nenhum deles se sobressaiu aos outros. Só que, no momento, a influência canina é a mais evidente. Em nenhum instante questionei a existência dessa criatura: Trico parece real, seu comportamento é plausível e seu olhar indubitavelmente provoca uma ligação sentimental.

Nesses trechos de abertura, sua tarefa é subir nas costas da fera e retirar lanças dali. Isso é pontuado com ocorrências de Trico esfregando a cabeça no garoto de maneira afetiva enquanto geme de dor. Se a intenção era amolecer meu coração, o objetivo foi alcançado.

PS4 Architect Working on Last Guardian, Says Oddworld Dev

Taí o início de uma bela amizade (Divulgação/Sony)

Em seguida, o garoto joga barris para Trico comer, antes do último ficar nas patas traseiras e deixar que você suba em seu corpo para sair da cela. A habilidade de subir em diferentes partes de Trico é importantíssima para as mecânicas de jogo. Ueda lembrou como ICO e Shadow of the Colossus focavam na altura — e The Last Guardian não será diferente. A presença de Trico, no entanto, oferece uma rede de segurança. Você pode explorar áreas com enormes desfiladeiros, como aquelas do trailer, sabendo que há alguém para te pegar caso caia. Ao sentir o medo e executar o ato mesmo assim, a ligação entre garoto e fera é fortalecida. Vocês não vão decepcionar um ao outro.

Saindo da câmara, você entra nas ruínas propriamente ditas e a demo que todos vimos durante a conferência é revelada. Foi quando a vi pela segunda vez que comecei a ter preocupações. Levando em consideração o período prolongado que esperamos por esse título, é incrível quantas perguntas permanecem sem resposta.

Por exemplo: tivemos uma visão geral da jogabilidade, mas nada de concreto. Os gritos do garoto parecem ser a maneira de direcionar Trico, mas ainda não estão definidos o nível de roteirização dos movimentos e de controle que você têm. Durante a demo, eu me senti encorajado quando Ueda pulou para o rabo de Trico, como aconteceu no trailer, mas ele errou e caiu para a morte, o que, pelo menos, sugere que não são apenas cenas de animação. Por ora, no entanto, temos que nos contentar com Ueda explicando que a jogabilidade se concentra no fato de que o garoto é fraco, porém inteligente, enquanto Trico é grande e robusto, mas fora de controle.

 

 

The Last Guardian está em desenvolvimento por oito longos anos. É um tempo muito prolongado para se criar expectativa, especialmente em relação a um game sobre o qual não sabemos quase nada. Uma boa “re-revelação” levaria isso em conta e ofereceria mais fatos concretos. Mesmo assim, tirando uma mudança de plataforma que parece não ter nenhum impacto nos gráficos, ainda estamos dolorosamente não impressionados.

Não me entenda mal. Eu quero gostar de The Last Guardian, e a interação entre Trico e o garoto me dão uma grande dose de esperança. Parece que o game vai ser profundo, emotivo e bem singular, e eu acredito piamente que o sentimento e uma ótima narrativa podem dar brilho a uma jogabilidade medíocre. O problema é que estou seis anos esperando para saber mais fatos concretos sobre um game que atraiu meu interesse. E agora, após uma grande revelação e uma sessão à portas fechadas com os produtores… eu continuo esperando.

 

Fonte: IGN

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